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sábado, 4 de maio de 2013

Ser Mau é Normal!

Sabe quando a pessoa é tão legal que dá vontade de bater?
"Você é uma pessoa tão má, mas tão má, que o Facebook sugeriu que adicionasse o capeta, mas ele não aceitou seu pedido de amizade e apenas retribuiu o cutuque", assim eu disse um belo dia enquanto arrancava meus cabelos brancos diante do espelho. Tudo bem, eu nunca disse isso, ma já pensei, penso toda manhã depois de acordar, toda tarde após o almoço e durante a última novela noturna. Penso quando olho pela janela e vejo a mediocridade (e quando erro ao escrever mediocridade) de meus vizinhos e, é claro, penso em quanto opino sobre o vestuário da minha irmã.

Ultimamente minha irmã tem sido vítima de minhas maldades, possuo uma pasta de fotos comprometedoras e pretendo postar quando ela aumentar meu grau de irritabilidade. Sou uma pessoa adulta e mentalmente saudável, porém não fico feliz de ser chamado de câncer ou amaldiçoado por familiares fanáticos religiosos.
Quero deixar claro que não sou nenhum psicótico assassino, é verdade que já explodi metade do Rio de Janeiro usando apenas o meu pensamento, mas isso nada mais é que um hobby... Eu juro!

Neste exato momento (mentira, escrevi isso já tem duas semanas) tem uma gorda barulhenta na minha frente, nunca vi tanta excentricidade desde que Ana Maria Braga resolveu se vestir como Madonna. Óbvio que a obesa ridícula entrou no ônibus comendo e agora tudo está cheirando numa mistura de galinha e óleo de validade duvidosa. Começo a cogitar incluir em minha mochila uma latinha daqueles odorizadores de ar, um método de defesa eficaz contra pessoas que fedem a comida, bebida e outros fluidos corporais nojentos... Sentou ao meu lado eu espirro na cara e saio correndo, se pegar no olho... paciência.

O ônibus é apenas um exemplo de ambiente coletivo que me irrita, em geral a própria palavra coletivo já me causa terror, eu sofro de um leve tipo de sociopatia, mas apenas divago sobre o assunto... Ainda não sou um perigo como a Britney Spears.

Acabo de me lembrar das festas de família, detesto. Semanas atrás foi aniversário de minha avó (te amo vó), a danada resolveu completar 80 anos e todos estavam lá... Até eu. Não conseguia interagir com nenhum deles, faltava assuntos sobrava música alta, portanto resolvi me divertir do meu jeito, passei a observar um por um, primos que nem lembrava da existência, uma delas, me recordei só depois, era meu par nas nada inocentes brincadeiras de médico da infância, hoje a cara me lembra um "My Little Poney", evitei olhar.

Esses pensamentos compulsivos não acontecem apenas quando estou cercado por pessoas diferentes de mim. Quando procurei a chamada "minha turma", me vi em conflitos assustadores, rir deles era o mesmo que rir de mim. Comecei a entrar em pânico achando que todos deviam ser tão perversos quanto eu.

Talvez eu deva ficar sozinho, talvez apenas minha presença me basta. Vou procurar ajuda médica...


segunda-feira, 4 de abril de 2011

COTIDIANO


Era uma vez uma velha e ordinária cadeira branca de plástico. Por mais vagabunda que fosse, ainda assim, não era uma peça normal. Dias, tardes, noites, em qualquer estação do ano, lá estava a cadeira presenciando as mais variadas cenas e recebendo os mais variados traseiros, pesos e odores constrangedores. Se ela fosse gente, possivelmente estaria aposentada... Se ela fosse gente, possivelmente seria Claudia, a anciã que inseparavelmente lhe faz companhia.

Gêmeas, cadeira e Claudia sempre tiveram uma relação pitoresca. Claudia é velha, ordinária, possui ossos frágeis como plástico, contudo não é branca. Com a pele negra, intensa, Claudia prova, fechando a cara e erguendo a sobrancelha, que ela e a cadeira não são gêmeas indenticas.

Detestava as pessoas, no entanto sentia um prazer, quase um orgasmo múltiplo (mesmo sem saber o que é) em alimentar as aves, suas coleguinhas das manhãs ensolaradas. É fato que não dá pra chamar de aves aquelas duas duzias de pombos, imundos, famintos e terroristas apocalípticos.

Os pombos atacavam os ciclistas, perseguiam as crianças e guerreavam entre si. Toda vizinhança tinha medo dos voadores. A velha Claudia tinha medo dos voadores. Eu me urino de medo dos voadores!

Além de sentar em cadeiras e alimentar monstros alados, Claudia, nossa ordinária anciã, negra e de ossos plásticos, possuía outro passatempo: Praticava o jornalismo informal e gratuito. Quando, quem e onde, eram detalhes invisíveis para sua costumeira fofoquinha. Certa vez causou comoção de toda uma população, ao narrar, com seus beiços carnudos e voz asmática, sobre um casal que tomou veneno deixando uma criança órfã... Dias depois descobriram que Claudia falava do inédito filme "A Lagoa Azul".

Todos os dias, tardes e noites, a velha Claudia continua servindo de cenário para aquela boa vizinhança. Ainda posso ver, da minha janela, sua figura decrepita, como uma estátua, um ponto turístico. Nunca fui ao Cristo, mas posso dizer que já vi a doce senhora que alimenta pombos, conta histórias e esquenta uma velha cadeira branca... De plástico...

Ei, vocês, tais leitores
A brincadeira é a seguinte:
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Detestou (aff), me mande sentar com Claudia.

A opinião de vocês é importante!