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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

TEMPESTADE VEM


Lei de Murphy: O criador dessa lei foi o capitão da Força Aérea americana, Edward Murphy, e também foi a primeira vítima conhecida de sua própria lei. A Lei de Murphy tira vantagem da nossa tendência de enfatizar o negativo e não perceber o que é positivo. Ela se baseia nas leis da probabilidade - a possibilidade matemática de que algo vai acontecer.
Eu deveria estar escrevendo mais um capítulo sobre as confusões de Alice, mas andei me frustrando com o desenrolar dos acontecimentos. O fato é que com a popularidade (nome de um livro que estou escrevendo há mais de uma década) das Redes Sociais, os blogs andam acumulando poeira – poeira de leitores e poeira de bloggers. Minha preguiça em divulgar e ler outras publicações também não me ajuda muito. Tenho vários capítulos escritos, sei o que acontecerá no final, mas o tesão não está comparecendo, portanto deixo ela guardadinha na gaveta da saudade... Por enquanto.

Gosto muito de escrever sobre desventuras, talvez isso seja consequência de uma tal Lei de Murphy, tão colada a mim que desconfio ser minha irmã gêmea siamesa. Desde que conheci essa maldita lei, vi minha vida mudar. Buracos surgiam no meio das ruas; assaltantes ninjas roubavam meus pertences; cachorros famintos mordiam meu traseiro... E o que eu fazia para me defender? Apenas tirava proveito de tudo... Escrevendo, é claro!

Estava um dia maravilhoso, o sol na medida certa e os passarinhos tiveram o bom senso de não cantarem em minha janela. Se eu não tivesse acordado atrasado e por culpa de um pesadelo envolvendo zumbis aquáticos, até poderia declarar que seria um dia perfeito.

Vesti minha bermuda branca, minha melhor camisa, meu tênis vintage, me vi lindo e pronto para sair de casa e correr para reunião do teatro. Estava com a ideia ilusória que naquele dia talvez tivesse êxito ao trabalhar o meu lado social. Aliás, nunca estive tão anti-social como nos últimos tempos. A pressa e Murphy, mais uma vez ele, me fizeram sentir fome. A fome e Murphy me fizeram querer beber achocolatado. A pressa, a fome, a falta de atenção e Murphy me fizeram derramar o achocolatado na bermuda branca e assim tive que mudar todo o figurino. Ao colocar o pé na rua, minha figura já não era linda, nem alegre, nem nada que valesse uma música de bossa nova.

O trajeto até o ensaio só serviu para provar que zumbis aquáticos quem sabe até fossem gente boa. O céu começava a ficar escuro e o relógio a me dar sinais de que estava atrasado.

Quando cheguei à estação de ônibus, quebrei uma promessa. Costumo defender a ideia de que nunca, em hipótese alguma, correria para pegar qualquer tipo de meio de transporte. Minha reputação já estava morta, enterrada e recebendo flores. A luta foi tão grande para entrar no veículo, que nem percebi que não estava fazendo a coisa certa. Existem três tipos de linhas de ônibus. A primeira é a linha do tipo PARADOR, ela vai parando em todas as estações. Depois, linha do tipo EXPRESSO, para em algumas e ignora outras. Para finalizar tem as linhas DIRETAS, essa não para em nenhuma estação e é perfeita para quem precisa ir de uma extremidade à outra. Bem, eu só precisava descer na estação seguinte, mas como Murphy estava ali dando beliscões em minhas nádegas, obviamente eu tinha entrado na linha DIRETA.

Quando me dei conta da burrada cometida, passei pelo habitual hiato de três segundos antes de perceber que deveria estar me sentindo desesperado. Gargalhei internamente, de verdade, pela situação em que me encontrava. Olhei para o relógio, já estava uma hora atrasado e desejava que algum tipo de acidente pudesse me tirar de dentro daquele ônibus, contudo algo que não piorasse mais o meu visual.

Continuei pensando na melhor maneira de lidar com aquela situação. A melhor maneira de lidar com aquela situação seria me matar, mas a segunda melhor maneira era tentar me distrair com música, nesse instante comecei a apimentar a minha vida ouvindo Spice Girls, pois elas sempre conseguiram me deixar feliz.

Eu poderia ter me sentido muito animado ao descer do ônibus, e, de certo modo, até faria sentido, afinal de contas passei por quarenta e três estações rodoviárias – sendo que vinte e duas delas de forma desnecessária -, mas meu atraso já tinha contabilizado duas horas e uma chuva assustadora tornava tudo mais difícil. Quase chorei ao chegar à rua e encontrá-la alagada. Um rio repleto de doenças me separava de meu destino. Agradeci por não ter saído com a bermuda branca e o tênis vintage, porém isso não trazia luz ao meu dia de trevas... O mesmo não posso dizer da motocicleta que parou ao meu lado. Era um senhor de aparentemente quarenta e três anos (escolhi esse número para combinar com as malditas estações), ele me ofereceu ajuda para passar pela água. Lá estava eu na garupa de um desconhecido de aparentemente quarenta e três anos.

Mas, de qualquer modo, toda essa sequência de desventuras talvez servisse como trampolim para longas e divertidas conversas que poderia ter com o resto do elenco, uma vez que rir das desgraças da vida é algo maravilhoso. Não demoraria muito para trocarmos experiências, combinarmos saídas para eventos, firmarmos uma amizade verdadeira a ponto de criarmos vínculos fraternais...

Bem, quando cheguei à reunião, não aconteceu nada disso comigo e com o resto do elenco. Continuei destacado dos demais, tentando me infiltrar entre um assunto e outro. Na verdade a reunião já tinha terminado e eu estava muito sem graça por ter me atrasado tanto.

Não lembro ao certo com a história terminou. Talvez eu apenas tenha tirado proveito de minha invisibilidade para relaxar num canto qualquer. As Spice Girls cantando Viva Forever deixava tudo mais irônico e cretino. Tão irônico e cretino como eu. Por fim, fechei os olhos e voltei a gargalhar internamente, pois é isso o que sempre faço para fugir dos problemas. Sou o tipo de pessoa que vê a vida de uma forma crítica e cretina... Que ri de si mesmo, quando na verdade é pra chorar.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

NO PARANÁ...




no Paraná eu tinha um carrinho de rolimã, mas a roda era de madeira. Eu descia a rua com ele, mas depois não tinha forças para levar ele pra casa...

Lá no Paraná eu era a única pessoa da igreja que tinha televisão em casa e praticavam bullying contra mim... Certa vez, quando resolvemos sair em viagem, contratamos um "irmão da igreja" para cuidar de nossa casa. Ele queimou nossa TV de tanto que assistia!

Teve uma vez no Paraná, que teve um evento no colégio e eu cantei uma música de Sandy e Junior e a música falava sobre menino de rua e eu tava vestido como um.

Quando eu estudava no Paraná, minha mochila quase batia no chão, eu era muito pequeno e meu apelido era prego. Também me chamavam de Galinha, pois eu sentava em cima de meus pés, sempre colocavam bolinhas de papel embaixo de minha cadeira.



No Paraná eu tive uma professora que batia em aluno, uma vez ela puxou meu cabelo.

Uma vez no Paraná uma velha bruxa me acusou de entrar na casa dela e roubar 10 garrafas. Ela quase levou uma surra da minha avó.

Quando eu morava no Paraná eu tinha dois cachorros, duas maritacas, uma ratinha, um papagaio e dois gatos, sendo que um tinha o rabo torno e chamava ferrugem, mas minha avó só chamava ele de Yuiu, pois ela não sabia falar, mesmo ela tendo batizado o gato.

Uma vez no Paraná eu subi no telhado para ver uma rachadura, só que a telha não aguentou e eu quase caí no meio da minha cozinha. Passei a semana inteira indo ao colégio pulando num pé só, quebrei o dedo e nem sabia.

Cara, uma vez no colégio, lá no Paraná... Meu grupo passou a semana inteira fazendo uma maquete linda, aí no dia de entregar, ninguém deu atenção a nossa obra de arte.

Eu fiz uma garota desmaiar durante uma feira de ciências, fui mostrar fotos de doenças sexualmente transmissíveis e ela caiu... Isso foi lá no Paraná.

Lá no Paraná eu morava num município tão pequeno, eu era a única criança que tinha uma bicicleta pequena que tinha marcha.

Um dia voltarei no Paraná para me vingar de todos que roubavam minhas canetas no colégio. Mas eu também roubava algumas, então eles devem querer se vingar. Vou ficar por aqui.

Saudades do Paraná...

sexta-feira, 18 de julho de 2014

UMA FOLHA EM BRANCO

Ah se todos pudessem ter as suas folhas em branco.

Acredito que não bastaria apenas uma folha em branco.

Se eu falasse que mudaria tudo, estaria mentindo, pois a vida é repleta de momentos bons e também ruins. Então o que eu faria? Recortaria os bons momentos da minha vida e faria uma colagem com a folha em branco. Os recortes seriam dos momentos de união da família, das coisas engraçadas e das boas notícias.

Os altos gritos de briga, seriam trocados por altos gritos de histeria e risadas.

A saudade seria substituída pela presença.

E o choro seria, apenas, de emoção.

Ah, se todos pudessem ter as suas folhas em branco...

... Talvez o mundo seria um lugar melhor!


Este "texto", ou melhor, este TEXTO (pois é meu e eu dou a importância que me der na telha), foi escrito quando eu tinha 10 anos, acabei de encontrar... Ao lado dele, várias outras folhas, mas estas estavam em branco...

domingo, 2 de fevereiro de 2014

O PRÓLOGO

Prólogo: É um termo usado na literatura designando uma introdução a uma história. E significa na Tragédia Grega, a parte anterior à entrada do coro e da orquestra, e na qual se enuncia o assunto da peça.

Todos os jovens se preocupam com as coisas; é parte natural e inevitável de crescer. Tudo bem, não sou mais tão jovem assim, por mais que ainda pipoquem espinhas e que o dente do siso goste de dar esporádico bom dia, os cabelos brancos continuam a brotar e me assustar, afinal, tenho menos de trinta anos e já localizei fios grisalhos na barba, barba essa que sempre jurei de pés juntos que jamais teria, porém a gente cresce e as coisas mudam.

Mas, como uma importante amiga costumava dizer, o crucial da vida são as oportunidades que ela traz, as portas que ela abre e isso é verdade! Porque, sem isso, o conhecimento em si é um beco sem saída. Precisei ser reprovado no primeiro exame vestibular para tomar coragem e inciar meus estudos de teatro. No teatro conheci pessoas incríveis e tive experiências mais gostosas que chocolates ou sorvetes caros. Foi ali que pude compartilhar, pela primeira vez, um texto escrito por mim e foi libertador. É libertador. Tenho orgulho de dizer que em absolutamente TODOS núcleos teatrais em que estive inserido, pude compartilhar algum texto escrito por mim, ou seja, cada um deles guarda, não um pensamento, mas um pedaço meu. Inclusive começo acreditar que em um dado momento da minha vida começarei a diminuir - ainda mais - de tamanho devido ao excesso de pedaços meus que compartilho por aí, mas diferente do que aprendemos em física (provavelmente estou falando bobagem), mesmo que distribua todos esses pedaços, eu não desapareceria, apenas me multiplicaria, mas acho que estou viajando...

Eu nem tinha completado quatorze anos quando terminei meu primeiro livro - tá não dá pra chamar de livro um texto com escrita pobre e erros grosseiros de português, no entanto ele foi importante pra mim e eu quero chamar de livro -, assim que escrevi "FIM" liguei para uma editora para saber como prosseguir, me orientaram a mandar o texto. Nunca mandei, mas melhorei a historia, criei personagens, tramas, uma trilogia, contudo nunca a terminei por definitivo. O que não significa que não tenha tentado. Até hoje nas noites de insônia, ao revirar para todos os lados da cama, me pego pensando no que fazer com a história. No fim das contas você acaba concluindo que é melhor deixá-la lá, que ainda não chegou a hora dela. Bem, isso foi há muito, muito tempo. Em dez anos muita coisa mudou, muitos livros foram lidos, ou seja, muitos pedaços de autores alheios foram dados a mim.

Conforme você vai ficando mais velho, as preocupações vão se reproduzindo, como Gremlins malucos e diabólicos. Uma hora você está procurando um site que te ensine a capturar todos os pokémon (não errei, pokémon não tem plural), e no minuto seguinte está procurando um site que te indique vagas de emprego, pois você encontrou o amor da sua vida e possui planos de casar, ter filhos e gatos que terão nome de gente. Bem, eu continuo procurando uma forma de conseguir todos os pokémon, mas também quero sair da casa dos meus pais, construir uma vida e me tornar um daqueles adultos maduros e interessantes dos filmes de comédia romântica. 

Cresci ouvindo a típica frase de efeito que "é impossível viver de arte no país do futebol", uma frase de efeito com duas mentiras: 1 - Sim, é possível viver de arte, é difícil, você pode passar fome, ter que se prostituir ou vender um rim, mas sobreviverá. 2 - Por mais que eu não goste, futebol também é arte. Na faculdade eu cursei Letras, quando meu sonho era fazer jornalismo ou Artes Cênicas. Foi uma graduação conturbada, troquei o inglês pela literatura, depois troquei a faculdade pelo teatro. Lembro de ter tirado um peso das costas quando me vi formado, mas o que aconteceria após isso? Existe coisa mais assustadora que expectativas? Ao mesmo tempo em que me via livre para estudar algo de meu interesse, a ideia entrava em conflito com a vontade de sair de casa e... me casar. Um libriano não pode ter conflitos! As decisões são o nosso fraco, conseguem nos derrubar mais que cachaça. Fiquei em estado vegetativo por um período interminável, procurando por empregos imbecis, usava a desculpa ilusória que eles me proporcionariam tempo e dinheiro para fazer minhas "atividades teatrais". O resultado disso tudo era um adulto frustrado e com a autoestima destruída, já que trabalhar com o que não gosta te transforma numa porcaria de profissional.

Bem, meu próximo passo será me dedicar exclusivamente a algo que faça com que me sinta importante, indispensável e, perdoem os mais pudicos, necessito priorizar algo que faça com que me sinta FODA! Ainda não estou, na verdade, onde gostaria de estar, mas já tenho certeza de onde gostaria de estar, o que pode parecer pouca coisa, mas não poderia ser possível meses atrás. Então tudo bem.

Tudo muito bem, mesmo. 

Todos os jovens se preocupam com as coisas; é parte natural e inevitável de crescer. Tudo bem, não sou mais tão jovem assim, por mais que ainda pipoquem espinhas e que o dente do siso goste de dar esporádico bom dia, os cabelos brancos continuam a brotar e me assustar, afinal, tenho menos de trinta anos e já localizei fios grisalhos na barba, barba essa que sempre jurei de pés juntos que jamais teria, porém a gente cresce e as coisas mudam. Quando dei adeus à barba, me senti mais garoto e é bem possível que, antes dos trinta, passe a usar aparelho dental, isso me deixaria com, no máximo, 22 anos. Mas já tenho quase 30 e gosto de pensar que estou muito mais maduro e indiferente em relação a essas coisas.

"Este poderia ser o primeiro dia de minha vida"

sábado, 7 de setembro de 2013

O quartel pegou fogo e a culpa foi minha...

Nem pensem que começarei me justificando por ter sumido por tanto tempo, o blog é meu e eu escrevo quando quiser, afinal de contas ninguém me paga por isso, não pagam nem com comentários. Na verdade eu ia apenas fazer uma postagem no Facebook, mas como ela começou a se desenvolver na minha cabeça de uma forma assustadora, eu resolvi transferir todas essas abobrinhas para o blog. Abobrinhas não, história! Esqueçam a bronca, continuo amando vocês <3 font=""> 

Independência ou Morte? Morte!

Bem, hoje é sete de setembro, um dia que não gosto muito. O motivo? Traumas de infância! Eu era uma criança minúscula, tão minúscula a ponto de meus pais usarem lupa pra falar comigo e, como várias outras crianças minúsculas do mundo, ninguém me dava a devida atenção quando fazia minhas reivindicações. E o que uma criança minúscula pode reivindicar? TUDO!


Lista de reivindicações:

1- Não quero que pintem bigodes na na festa junina!
2- Não me comprem roupas de presente, eu quero brinquedo, pô!
3- Também não adianta me dar brinquedo e deixar em cima do armário!
4- No desfile de sete de setembro eu quero ser da MARINHA!
5- Gosto mais da Angélica que da Xuxa!
...  E essa lista de 151 itens vai evoluindo e se proliferando com o tempo como se fossem Pokémons, portanto me controlarei e vou focar APENAS no Independece Day e seus desfiles (não que eu queira falar sobre minha preferência pela Angélica).


Lembro de estar muito feliz quando soube que desfilaria pela primeira vez. Minha turma representaria as Forças Armadas e eu estava em cólicas pra ser um soldado da marinha, isto é, se tivessem me escolhido para representar a marinha. Eram três opções: Exército (clichê), Marinha (Popeye, Pato Donald, farda legal) e Aeronáutica (chapéu estranho) e por mais que eu insistisse, desenhasse e representasse a marinha, a "tia" achou que eu ficaria melhor no exército. Não reclamei na hora, mas no fundo eu desejava que meu coleguinha tivesse uma dor de barriga, caísse ou fosse sequestrado pelos vilões do Jaspion! Fui desfilar por uma rua interminável, minhas botas resolveram que seria bem interessante me castigar e me deram calos horríveis. Não consegui chegar na metade do caminho e desfalquei o trio. Ganhei chinelos novos e a chance de, no ano seguinte, representar novamente o exército. Um ano depois, lá estava eu, com a mesma roupa verde e com a mesma inveja do traje alheio, a diferença é que nesse ano alguém estava vestido de Peter Pan e era um personagem que nasci pra fazer. Tem horas que o mundo é bem cruel e vingativo.

O tempo passou e eu já era um adolescente repleto de inseguranças comuns daquela idade. Na época morava no interior do Paraná e seria o primeiro desfile da cidade e por esse motivo tinha tudo para dar errado. O egocentrismo do Prefeito obrigou o colégio a homenagear o município, por essa razão tivemos um desfile com vacas, cavalos, tratores... Uma amiga minha veio representando as granjas e distribuiu pintinhos para os espectadores. PINTINHOS! Foi, sem dúvidas, o desfile mais engraçado e incrível que já participei na vida! Bem, quanto a mim, eu era o aluno que carregava a faixa do colégio. Achei legal carregar coisas, mas meu desejo era vir no alto de um carro alegórico, entretanto, um colega já estava ocupando essa vaga. Preciso deixar claro que, no Paraná, os desfiles possuem carros alegóricos, como no carnaval, mas sem mulatas peladas, confetes e serpentinas, o que é uma pena, ficaria ainda melhor. No ano seguinte fui promovido a Presidente da República e pude vir no alto de um carro, acenando para os eleitores da classe baixa. Teria sido meu auge, se as pessoas não tivessem mais preocupadas com duas bêbadas malditas que invadiram o evento, brigando, xingando e sendo mais interessantes eu! 

Eu estava no último ano, quando resolvi entrar para a banda. Aprendi a tocar surdo, ensaiei por horas, dias, meses. Era minha chance de brilhar, estava orgulhoso de mim, pois era a primeira vez que havia ido tão longe com um projeto que envolvesse música.  No dia da apresentação tivemos uma convidada especial: A Chuva! Se vacas, cavalos e cachorros podem desfilar, qual o motivo da chuva não ter esse direito? Ela veio e tudo foi transferido para a próxima semana, porém ela resolveu ficar até o final do mês... Como não teria sentido comemorar o sete de setembro em outubro, tudo foi cancelado e eu nunca pude tocar surdo (não devo levar em consideração os 5 minutos antes da chuva, quando a baqueta escorregou na minha mão e se perdeu no meio da multidão. Nunca mais encontrei).

Analisando tudo de uma maneira superficial, podemos concluir que tudo sempre deu errado pelo simples fato de eu sempre desejar estar na posição da outra pessoa e que tudo isso foi um castigo. Como disse isso seria uma forma superficial de analisar toda essa história. Observando tudo de uma forma mais profunda, concluo que eu fiquei muito lindo de farda do exército... A única que já usei na vida. FIM
Tudo isso foi só uma desculpa para postar essa foto cute.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

QUEBRA-CABEÇAS

ATENÇÃO, tem cafonice nesse post, se não curte não leia! Agora se não se importa com isso, dê o play e seremos cafonas juntos.



"Eu te odeio"
"Oi?"
"Isso mesmo que ouviu, eu te odeio!"
"Porque?"
"Não temos nada em comum e não consigo deixar de te amar. Eu te odeio!"

Um belo dia decidi deixar de ser solteiro, meus pés já haviam perdido a eficacia de se esquentarem sozinhos, faltava alguma coisa, mas acho ofensivo e brega dormir de meia. Confesso que não sou uma daquelas pessoas legais que falam gesticulando o tempo inteiro, mas acho que sou engraçado e flerto descaradamente, uns dizem que isso tem relação a falta de caráter, porém prefiro acreditar que seja coisa de astrologia. Como pretendia mudar meu status no Facebook, resolvi fazer uma pequena lista de exigências:

1- Não pode morar longe.
2- Não pode fumar.
3- Nada de amigos malignos.
4- Nada de nudez em lugares inadequados.
5- Não pode em hipótese alguma ser do signo de Leão! Nesse caso nem amizade. 

Meu egocentrismo gigante me fez procurar pessoas que fossem meu clone, nada que acrescentasse ou modificasse um pouco do marasmo da minha vida, amar alguém parecido comigo seria como amar a mim. Brilhante? Não, preocupante. Só depois concluí que isso não era amor próprio, estava mais para doença.

O tempo trouxe desilusões e com isso aprendizado, não acho nada interessante aprender com sofrimento, o colégio e a faculdade já exercem com maestria essa função. 

O bom da vida é que sempre aprendemos coisas novas. Estava eu numa festa e fazia o que sei fazer de melhor em ambientes deste tipo: Estava perambulando. Já tinha bebido o suficiente para manchar de vez minha reputação. Foi nesse clima apocalíptico que, pendurado num pole dance, nossos olhos se cruzaram. Aquela festa estava uma droga, uns beijos descompromissados salvariam a noite. É óbvio que não dividirei com vocês tudo o que aconteceu naquele evento etílico, por motivos de egoísmo.

Trocamos telefone, E-mail, Rede Social e tudo aquilo que se troca quando temos certeza de que nunca mais veremos a outra pessoa. Erro rude.

Voltamos a nos encontrar, percebi que o pacote de cigarros não incomodou. Mostrou-me seus desenhos, também era artista e, para um libriano como eu, isso é tão importante quanto "tatuar o pulso com nomes de familiares" é importante para a classe C. Ironicamente o signo era Leão, meu alarme apitou pela primeira vez, para piorar éramos separados pelo mar. Talvez eu tenha sido um idiota em achar que aquilo daria certo, éramos mais opostos que Regina Casé e a elegância. Logo na primeira briga, terminamos. No primeiro reencontro, reatamos.

Preciso confessar que o gosto da nicotina deixa o beijo interessante. Também confesso que o meu problema com o signo de Leão era mera implicância, Leão nem significa tanto autoritarismo... Mentira, forcei, Leão é autoritário, dono da verdade e gosta de ser o centro das atenções, porém isso é ótimo quando se relaciona com librianos indecisos e calmos. E quanto a distância, bem, Niterói não é tão longe quanto parece.

É cafona e clichê comparar a vida a brinquedos, mas é FATO que não faz muito sentido montar um quebra-cabeças com peças estupidamente iguais. Eu não sabia o que aconteceria comigo naquela história repleta de altos, médios e baixos, mas quem se importa? O importante é que agora meu copo não ficará mais vazio.


terça-feira, 16 de abril de 2013

Alguém aperta o START?

Pare tudo o que está fazendo e se imagine como uma criança. Não precisa ser você, pode ser uma criança bonita, daquelas da televisão que dançam e cantam... Não as que cantam como adulto, pois isso me dá um pouco de
arrepio e acho que elas não se encaixariam nesse contexto. Enfim, agora que já pensou no personagem, imagine o pirralho surtando de felicidade por ter ganho seu primeiro vídeo game, e nem estou falando do mais moderno e interplanetário vídeo game, me refiro ao modelo mais pobrinho, mais 2D, mais preto e branco mesmo. E aí você vai passar horas da sua vida na frente da tela, enfrentando monstros, colecionando vidas, recordes, vai salvar princesinhas tolas até... FIM. O jogo acaba. Hora de novos desafios.

Bem, essa criança pode ser de mentira, pode ser eu, tu, ele, nós, vós e eles e esse vídeo game louco é a vida. Pelo menos a minha, já que o blog é meu... Afinal não faria sentido eu comentar sobre a vida de outras pessoas, apesar de gostar de fofoca e... Voltemos ao foco.

De certo modo jamais esquecerei a minha reação quando consegui vencer sozinho meu primeiro jogo de vídeo game, mesmo porque foi a mesma reação utilizada quando me formei no colégio. Conseguia ver os créditos subindo enquanto jogava aquele cafona chapéu quadrado para o alto (jamais o encontrei novamente). Prometi que demoraria para entrar num jogo novamente, porém um mês depois lá estava eu na fase do pré-vestibular, tão chato, tão cansativo, só deixou de ser uma perda de tempo quando aprendi a matar as aulas e foi por essa razão que não consegui passar no vestibular. Não lamento por isso, mesmo porque não sei o que tinha na cabeça quando cogitei a ideia de fazer odontologia, além de ter horror a sangue e agulha, eu morava no Paraná, a terra do "pé-vermelho"e tenho certeza que não seria como aqueles impecáveis dentistas elegantes e de branco brilhante Omo.

O tempo passou, me casei com o teatro e só depois de muito tempo voltei a jogar vídeo game. A faculdade de letras não era tão interessante como eu imaginava, logo no segundo período eu já queria apertar o Reset, aguentei até um certo tempo, mas a Sintaxe me levou ao Game Over.

Me formei tardiamente, agora seria hora de descansar e desfrutar dos bônus conquistados, ou poderia sair e procurar emprego e me tornar uma pessoa com quase trinta anos e que não depende dos pais. Eu saí e fui procurar emprego. Talvez possa comparar o emprego como a "fase do labirinto" vários lados para percorrer, um único final e várias armadilhas.

Certa vez me surgiu uma oportunidade interessante. Contei os dias para a tal entrevista. Fiquei lindo, um Deus entre os mortais, saí para me aventurar. A imensa sala de espera mais parecia um cenário de jogo RPG, tinha gigantes musculosos, fadinhas fofas, bruxas estranhas e eu... Um duende cômico. Vi as pessoas saindo, estava tão nervoso que comecei ouvir um batucar e descobri que nada mais eram que meus pés, as mãos estavam suadas. Tensão. Era a minha vez. Não passei, mas também não entrei em crise, não estava preparado para aquele tipo de aventura.

Ainda me encontro nesse labirinto e sem saber para que lado seguir, não existem detonados para a nossa vida, e como tolo libriano que sou tenho problemas com escolhas. Até lá continuarei seguindo por todos os caminhos que se mostrarem disponíveis e desejando não encontrar nenhum Minotauro no fim da aventura.

INSERT COINS TO CONTINUE...


Por favor, assistam isso:

domingo, 27 de janeiro de 2013

Sou eu? Não! É você? Não! Então quem é? É NÓS DO ASFALTO

ESTE POST FOI REFORMULADO POR MOTIVOS DE: VONTADE PRÓPRIA. DÊ O PLAY E ENTRE NESTA AVENTURA:



Primeiro Elenco de "O Menino Pinóquio e a Cidade Perdida"
A verdade é que a vida andava fedendo a merda! Até mesmo o teatro não estava mais fazendo sentido. Pessoas boçais sendo idiotamente odiosas e capitalistas, perda de tempo, dinheiro, suor e paciência. A magia estava se esgotando e nem mesmo nos maiores sites de busca eu conseguia encontrar um macete para fazer o poder voltar às minhas mãos. Eu já me sentia estampando minha própria lista de atores ruins...

Quando já estava me sentindo a Nina , naquele cemitério fedido, sendo enterrada por uma Carminha maligna e histérica, uma fada azul apareceu. A fada era um tanto quanto incomum, usava aparelho ortodôntico,dançava um balé desengonçado e suas palavras mágicas não faziam muito sentido. Aí, de repente eu não era mais uma pessoa, mas sim um boneco de madeira com uma peruca de gosto duvidoso e aquilo não era mais a vida real, mas sim uma peça de teatro... Talvez a peça da minha vida.

O que eu Pinóquio temos em comum? Bem, além do nariz extravagante e de amar usar sapatos vermelhos, também desejamos nos tornar “meninos de verdade” e não bonecos manipulados por terceiros, quartos e quintos...

Quando eu era adolescente e tive internet na minha casa pela primeira vez - uma conexão discada, horrorosa, em que eu tinha que esperar, como Cinderela, o relógio marcar meia noite para arrastar o computador para a sala e encaixar o fio do telefone – meu primeiro endereço de E-mail era “pinoquio@algumacoisaquenãolembro.com.br”, tudo isso resultado de um bullyng feito por um primo obeso.  Eu tinha vergonha do E-mail e jamais imaginaria que anos, muitos anos depois, eu estaria cantando e dançando numpalco ao lado de um grilo de smoking verde com lantejoulas.

Esse texto parece não ter nenhum sentido, mas de todo modo o que quero dizer é que há um bom tempo não me sentia tão feliz de estar cercado por pessoas incríveis que partilham a mesma paixão pelos palcos e 
que – mesmo tendo demorado alguns atos, cenas e apresentações – o sobrenome “Nós do Asfalto”já foi devidamente tatuado em alguma parte estranha do meu corpo. Esse não é só uma publicação sobre teatro, é sobre vida.

Nós do Asfalto – que não é uma variação de outro grupo de nome semelhante – surgiu na minha vida de maneira inesperada. Não foi um grilo que cantou, ma sim meu celular e um minuto depois eu já estava protagonizando um espetáculo teatral. Foram muitos os atores brilhantes que ajudaram a contar a história do “Menino Pinóquio e a Cidade Perdida”, muitos atores, muitos palcos e muitos sentimentos explodindo. Assim como toda família que se preze é óbvio que muitas vezes me vi querendo atirar alguém do alto da pedra do reino, aprisionar numa lâmpada mágica, ou simplesmente mandar caixas e mais caixas das mais brilhantes maças envenenadas, mas quem nunca, né? Toda história interessante precisa de grandes momentos de tensão e tesão...
Quando eu odiava minha vida e todas as noites procurava estrelas cadentes para implorar que todos os acontecimentos fossem parte de um Reality Show, apenas fruto da ideia diabólica de algum produtor de TV e que meuverdadeiro nome era Truman Burbank , a Cia de teatro me fez sorrir e aí me senti querido, tão querido que já não me aguento, pois nunca estou satisfeito!


Hoje em dia minha vida continua fedendo a merda... Só que no teatro... Isso é uma coisa boa.
Portanto: MERDA!

Matéria do Jornal "O Globo"
E o fim é belo, incerto...
Depende de como você vê...

Só enquanto eu respirar... Vou me lembrar de vocêS

CONTINUA...



quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Virando Água Corredeira Abaixo

Quando eu acordei eu sabia que alguma coisa estava podre. Peguei minhas meias fedorentas, joguei no lixo e voltei a dormir, pois não sou obrigado... Mas não era aquilo, algo mais pútrido ia explodir a qualquer minuto. Tentei não ser paranoico e decidi voltar ao mundo dos sonhos... Um minuto depois meu celular despertou uma música que desconheço...


Mesmo que atrasado fiz questão de escolher minuciosamente o figurino antes de sair, já que o dia prometia ser um saco de fezes, que pelo menos eu estivesse bonito para enfrentá-lo. Com passos psicóticos segui pela rua... Mentalmente eu ouvia tocar um rock clássico e envolvente, tão clássico e envolvente que nenhuma banda tinha, até o momento, gravado devido o seu grau de envolvência.

Quando cheguei à faculdade o cenário era de filme de terror. Ela estava vazia e eu conseguia ouvir o eco de minha respiração, tá essa parte é mentira, mas era assim que estava fantasiando. Parei de frescura e corri pra sala, minha prova tinha começado há quinze minutos. Só quando estava acomodado e pensando em como fazer uma redação argumentativa tendo tempo de menos e psicopatias de mais é que caiu a ficha de que não tinha comido absolutamente nada durante todo o dia!

Inesperadamente escrevi trinta e cinco linhas das vinte que a professora havia pedido. Saí da sala apoteoticamente batendo a porta com tanta força que o estrondo mais pareceu um relâmpago... E era! Um dilúvio coreografava Gangnam Style do lado de fora. Não demorou muito para aquela água, repleta de toda sorte de doenças existentes, subisse. Eu estava ilhado e com fome... Pela primeira vez (mentira, mas não quero falar sobre isso) pensei em canibalismo.

Com muito esforço saí da faculdade, traçando um plano para conseguir chegar em casa sem molhar meu tão querido All Star de couro branco.  Entrei numa rua ela estava cheia, virei para outra e tinha correnteza. O desespero começou a tomar conta. Passei em frente um Mc Donald’s e bateu uma vontade de afogar as mágoas com comida cancerígena, mas eles estavam fechando.

Não estranharia se, repentinamente Nana Gouvea aparecesse de biquíni e câmera digital, talvez pudesse usar seu corpo como bote e assim chegar até minha casa, foi quando eu o vi... Um hambúrguer gigante vinha em minha direção. Meu Deus, o que estava acontecendo comigo? Era só um gordo de camisa laranja barata. Ele seguia uma trilha, parecia ter um plano, eu fui atrás, pois se ele caísse num buraco era só desviar a rota.

Aquilo tinha se transformado num vídeo game louco, eu desviava de buracos, pulava poças, corria de carros equipados com hidrobombas Blastoise. Proteger o tênis era a meta, ele era o ídolo sagrado daquele “Survivor Zona Oeste”. Enfim tinha achado um lugar seco e seguro pra passar. PISEI e meu pé afundou, parecia a piscina de amido do Domingo Legal. Até minhas lágrimas choraram... Sorte no jogo pra que? 

Cheguei em casa e teatralmente desmaiei no chão da cozinha, ao som de Amy Winehouse, mas sem nenhum álcool para salvar o dia. Como não tinha nada para me anestesiar, procurei algo que me fizesse esquecer desta QUINTA FEIRA 13....

E aí eu achei isso:


E DE HOJE EM DIANTE EU SOU UM PANDA E QUERO RESPEITO!


sábado, 1 de dezembro de 2012

Era uma Vez no Paraná...


Paraná é uma palavra tupi guarani que define um braço de
rio, largo e extenso, que forma uma ilha, e que encontra o
mesmo rio mais adiante.

paraná do tupi guarani: pará + nã = semelhante ao mar.

Este post está repleto de links para maior (ou não) diversão e entendimento.



Hoje é dia de desembrulhar aquele chiclete velho que tava no fundo da gaveta. Vou inaugurar aqui uma sessão que será um sucesso tão grande e mágico que logo a MTV irá produzir uma série estrelada por Marcelo Adnet... Poderá também se tornar mais esquecível que a carreira musical de Théo Becker (Vocês lembram? Nem eu!)

Bem é inegável que tudo isso está ligado a uma certa tendência egocêntrica, gosto de falar de mim, afinal sou o dono disso tudo aqui! O fato é que inúmeras vezes, com amigos de todos os círculos, quadrados e, agora, triângulos, vivo a narrar minhas loucas e animadas desventuras de quando era uma criança feia de pé vermelho e vivia no Paraná.

Então, como no antigo programa da Xuxa, joguei as cartinhas par ao alto e foi sorteada uma viagem pra Disney "Uoldi", mentira, foi sorteado um tema de inauguração e hoje falarei de Fabiana.

Fabiana tem a minha idade e foi uma das minhas melhores amigas de infância, ou seja, nutri por ela uma paixão platônica enlouquecedora. Éramos duas crianças estranhas com roupas cafonas. Eu era nanico, "zóiudo" e me vestia como um Chiquitito; ela era amarela, testuda e usava um vestido listrado preto e amarelo que eu abominava. Nunca namoramos.

Ela era a mais velha de dois irmãos, sua família também era evangélica e a proibia de brincar com meninos (RISOS), a ponto de uma vez seu pai aparecer em minha casa ordenando que minha avó colocasse um fim em nossa amizade. Minha avó, além de gargalhar na cara dele, também ordenou que "ele prendesse suas cabritas, uma vez que seu bode estava solto". O Bode era eu...

O mais divertido dessa parceria é que crescemos numa doutrina rígida de uma religião (onde eu era o único, em toda cidade, que tinha TV em casa. Isso era imperdoável... Mesmo que todos os "irmãozinhos" ocupassem meu sofá pra ver desenhos diariamente) éramos vistos como rebeldes. Todos os outros de nossa idade já tinham se batizado e, como eles costumam hipocritamente dizer, saído do mundo (Assim é chamado o território fora das regras evangélicas).

Anos antes do surgimento de Geisy Arruda, minha amiga já havia sido hostilizada, quando, num passeio religioso, apareceu usando um vestido que era um palmo acima do joelho, um escândalo para a sociedade. O dia em que surgiu trajando calça vermelha e cabelo escovado conseguiu ser mais apoteótico que o retorno de Paola Bracho em "A Usurpadora", merecia uma trilha sonora.

Mas... Aquelas crianças jogaram-se na Lagoa Azul, cresceram e cada um seguiu seu próprio caminho, no entanto, conscientemente sabemos que ainda vamos nos reencontrar e rir... Mesmo tendo certeza que o passado não volta e a magia não será a mesma... Como numa reprise de Maria do Bairro.




segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Trânsito

"Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga."

As poucas pessoas, que ocupavam aquela limpíssima rua, eram lindas, não tão lindas para não mexer com minha autoestima. O clima era confortável e o ar tinha o cheiro que eu decidisse, nesse caso: Chocolate! Ah, a felicidade dos dias perfeitos!

Acordei com algo queimando o lado direito de meu rosto, justamente o lado mais fotogênico. Fazia um calor de incontáveis graus e tinha sido péssima a ideia de usar a janela do ônibus como travesseiro. A pessoa ao meu lado não era a mesma de dez minutos atrás, da mesma forma que a de dez minutos atrás não era a mesma de antes, ou seja, todo mundo conseguia chegar a seu destino... Menos eu, é claro!

Porque tanto semáforo? E essa quantidade absurda de veículos? Deus, porque o trânsito nunca está do meu lado? Estamos em 2012 e Spielberg mentiu pra mim, não existem carros voadores!

Cheguei a uma triste, porém verdadeira conclusão: É um ledo engano achar que sair de casa com uma hora de antecedência lhe fará chegar mais cedo. Quando você sai com uma hora de antecedência, você só ganha o amargo brinde de ficar mais uma hora no trânsito.Seja blitz, Lei Seca ou até mesmo o acidente envolvendo a kombi das freirinhas da Tijuca, não importa... VOCÊ NÃO CHEGARÁ MAIS CEDO!

Troco olhares com o relógio. Ele está certo, eu atrasado. Decido ficar olhando sem parar, quem sabe o tempo poderia passar mais lentamente. Hipnotizado, caio no sono.

Lá vou eu, de patins mágicos, deslizando por uma rua linda. Sigo comendo algodão doce e acenando para coelhos simpáticos. A trilha sonora é indie, com uma letra sem sentido e melodia que te deixa feliz. Amo música indie! 

A canção é interrompida por guitarras furiosas e demoníacas. Acordei, estou atrasado e no ponto final... Ainda sonolento, atendo o celular, prometendo mudar aquela música assim que encerrasse a ligação. Do outro lado da linha tem alguém possuído ameaçando arrancar minha cabeça e servi-la com pão integral e refrigerante light, SOCORRO!

É claro que não sabia onde estava. Óbvio que ninguém saberia me dar nenhuma informação relevante, mas uma certeza eu tinha: Precisava de um ônibus...

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Representando: EU!

Ainda embaçados, os olhos vermelhos, arranhados pela areia invisível do sono interrompido, se abrem ao som de alguma música que jamais irá me interessar. Sem motivo algum escancaro a janela. Lá está ela, como todos os dias, a vizinha, idosa, negra, cara de poucos amigos, mas estranhamente fofa ao cochilar em sua cadeira de fitas coloridas. Por inveja daquele sono, faço o primeiro gesto obsceno do dia e, com fúria, bato a janela, imaginando a cabeça de alguém entre os vidros, provavelmente do ser responsável por me acordar com uma melodia de gosto duvidoso.

Após o primeiro crime imaginário, ao lamber os lábios, sinto o gosto agridoce do mal hálito, resultado de mais uma noite de muito vinho barato e pouca higiene bucal. Dane-se!

Alguém me encara, tem olhos grandes e lunáticos, olheiras tão profundas que pareciam fabricadas. Tem seu charme, tem também o rosto retalhado por insistentes fios de uma barba grossa, uma gordurinha inflando a cintura e o cabelo desregrado. Após jogar o último grão de areia na sepultura de minha autoestima, saí de frente do espelho. Ainda me acho lindo, problema de quem pensa o contrário, nesse caso, o problema é meu!

O tempo gasto no banho é o suficiente para decidir qual roupa vestir, por mais excêntrico que seja, o chuveiro me deixa criativo, seria capaz de escrever um livro de sucesso chamado "Quando Lavo o Umbigo".

É  desanimador o terror que sinto em ter que sair e encarar o mundo e as mais absurdas e desnecessárias pessoas que nele habitam. Gosto pouco de pessoas, acho que tenho medo delas. O convívio social nunca foi meu forte, nem me interesso muito. Egocentrismo combinado com insegurança. Nunca por timidez. Acho cômico ser rotulado como tímido! Mentira, tenho ódio! Dane-se, pela segunda vez.

Como castigo por mentalmente me divertir explodindo o próximo, sou obrigado a conviver todo o caminho, em direção ao trabalho, com um estranho falante no ônibus. Qualquer chance que teria de terminar a leitura de um livro será abortada pela insistente mania que desconhecidos tem de querer interagir comigo! Com sorte, talvez ele se engasgasse com a pipoca e morreria em direção ao hospital... Sei que não devo desejar o mal e que todos somos irmãos, mas além de falar cuspindo, o cidadão usava uma daquelas calças "descoladas" repletas de bolsos, zíperes, estampas e todo tipo de cafonice... Isso eu não tolero!

Talvez um dia eu consiga dominar a arte de acordar feliz, cantando e seguir a vida por uma estrada de tijolos amarelos, mas enquanto isso não acontece eu me contento em usar meu fone de ouvido (que só funciona de um lado) e tentar ser falsamente feliz, mesmo porque, o dia só está começando...


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O INICIO, O MEIO E O ENFIM...

Foi num fatídico dia, não tão belo, que, inesperadamente, um coelho branco surgiu em disparada. Corria pra frente, corria de lado, corria de costas... Ele reclamava da falta de tempo, ele reclamava da vida sofrida... Ele reclamava... Reclamava e reclamava. Achei curioso e ao mesmo tempo cativante. Ainda reclamando, seguiu por um portal... Minha curiosidade, maior que meu nariz estranho, me fez segui-lo.

Um mundo se abriu. Era como se por toda minha vida, tivesse enxergado através de um único olho tonto. Era como se um novo, e subversivo, neurônio tivesse estourado como uma pipoca, me mostrando... O novo!

Aquilo não era o País das Maravilhas, não tinha chá com lebres e chapeleiros loucos, no máximo um café de gosto duvidoso. Estava mais para Terra do Nunca, repleta de artistas decadentes, mas nostálgicos, doces coloridos de todos os tipos e música infantil.

O coelho continuava a correr, no entanto, agora era em minha direção. Não sabia o que fazer, que atitude tomar. Não esperava por isso. Talvez por medo ou receio, fugi...

Me vi correndo, abobalhado, arrependido, por uma estrada de tijolos amarelos. Criando coragem, enquanto o coração substituía o cérebro. Continuei a correr em busca do coelho, contudo, agora eu é que chegara atrasado. Uma princesa, exalando juventude, o havia capturado e agora viviam felizes numa casa feita de doces onde dançavam, felizes, durante todo fim de tarde.

Queria voltar pra casa, aquele mundo não fazia mais sentido, mas o portal havia se fechado.

Resolvi explorar aquele novo mundo. No primeiro dia conheci três novos lugares e descansei. Toda felicidade que encontrei era ilusória. No segundo dia, mais três lugares, o desespero e a saudade cresciam...

Foi numa dessas grandes viagens que encontrei um gênio da lâmpada. Estava feliz, pois finalmente tudo voltaria ao "normal". Seus poderes cósmicos eram tão fenomenais que me confundiam. No lugar dos três habituais desejos, o intrigante gênio, trazia um desafio, um segredo e uma solução.

O desafio era descobrir seu grande e problemático segredo, conseguindo isso teria a grande solução para meus dilemas do novo mundo.

No raiar do dia, ao me deparar com travesseiros e cobertores de um quarto sem magia alguma, me dei conta que o real e a fantasia nada mais são que espelhos retorcidos, onde cada um pode ter sua própria visão e que o País das Maravilhas, a Terra do Nunca ou até mesmo o Mundo de Oz, existem dentro de cada um de nós... Basta explorá-lo...

Enfim...

Fim!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

CONCLUSÕES... OU NÃO...

Ali estava eu, olhos arregalados, aumentando ainda mais minhas olheiras. Na minha frente uma bomba, e não era de chocolate. Precisava ser desarmada o quanto antes, ou o mundo poderia explodir! O suor, salgado, escorria em meu rosto. Eu precisava de alguém que me orientasse sobre qual seria o melhor caminho a seguir, ou pelo menos alguém que me ouvisse e demonstrasse alguma atenção!

De um lado, havia uma arquibancada, toda decorada em branco e azul celestial. Milhares de anjos tocavam harpa, ao mesmo tempo em que me aconselhavam a sair da relação. Eles eram angelicais como Justin Bieber, usavam roupas hippie e ouviam Mallu Magalhães. Os anjos insistiam que não valia a pena amar uma pessoa que também ama outro. Para os anjos, o único triângulo interessante era o "triângulo das Bermudas", mas nunca entendi o que diziam com isso. Os anjos, praticamente, me obrigavam a puxar o fio azul, para desarmar a bomba e seguir adiante, afinal, porque se importar com sentimentos errados? A figura da alma gêmea não era mais tão gêmea assim, pelo contrário, a cada dia se mostrava mais oposta quanto Lady GaGa e Sandy.

Do outro lado, fazendo gestos obscenos, roqueiros, devassos, estavam os diabinhos capricórnianos. Animados, lembravam muito a cantora P!nk, mas berravam como Alanis Morissete. Os diabinhos, depois de espancar os anjos, me induziam a deixar a bomba explodir. Curtir, lutar, sofrer... "Ah, o sofrimento vai te deixar mais forte, seu covardão narigudo", disse um deles, escarrando verdades em minha cara.

Conselho: Nunca dê ouvidos a anjos, eles são assexuados e nada entendem de amor. Ou melhor, siga os conselhos dos anjos e se arrependa em seguida...

Triângulo é uma infeliz forma geométrica formada por três ângulos, às vezes iguais, outras não... Fechei os olhos, contei até dezenove e... Desfiz o triângulo, ou pior, parti para uma carreira solo. O problema das carreiras solo é que, quando o individuo abandona uma boyband, fica fadado ao fracasso.

Obrigado anjos... Obrigado mesmo...


CLARO QUE CONTINUA

sábado, 18 de setembro de 2010

PONTO DE INTERROGAÇÃO?


"Eu"
"Tu"
"Todos"
Como sempre acontece, deixei a internet, bocejando e com os olhos duelando pelo título de qual fecha mais rápido, o que sempre ocasiona em empate!

Fui para a cama, que mais parecia um ninho de mafagafos. Edredon enrolado no lençol, colcha amassada e travesseiro numa posição que faria meu pescoço doer por semanas.
Deitei, e, obviamente, não dormi. Experimentei todos lados da cama antes de apagar.
Estava eu subindo as escadas de um prédio, hora sozinho, hora acompanhado. Pessoas iam e vinham. Alguém, importante do presente, me acompanhava. Alguém, importante do passado, também. JUNTOS.

Dois amores diferentes, tão confusos quanto filme alemão sem legendas.
Como se já não bastasse o drama mexicano da vida real, agora era assombrado, em sonhos, pelo fantasma do passado... (Esquecido, diga-se de passagem)

Depois de tantos subir e descer pelo prédio, eu tinha que decidir entre os dois amores...

Acordei!

Me lembrei que alguém passava pela mesma situação desse meu "sonho de uma noite de solidão". Tive que me punir por ser tão compreensivo!

Para um libriano, tomar decisões é tão complicado quanto entender o seriado Lost. No meu caso, tenho certeza de que Lost é simples como ler um gibi da Turma da Mônica! Precisava tomar uma importante decisão, ou melhor, já sabia o que decidir, mas tinha um forte oponente em meu caminho. O coração! (frase brega, troféu Thalia para mim...)

Ultimamente gostaria que esse órgão tão pulsante, deixasse de ter tanta personalidade, quem sabe poderia ser substituído pelo pâncreas, talvez...

Uma relação a três, uma tri-relação, não sou tão fã de Jorge Amado.

Lutar para ser feliz ou colocar um ponto final? Quem sabe uma terceira opção? Não! Nada que tenha relação com este ordinário, secundário número ímpar!

FUI! VOLTEI! DEPOIS...?

CONTINUA?

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

RETICÊNCIAS...

"Preciso de um amor verdadeiro"
"Como é bom estar apaixonado"
"O amor é o sentimento mais cruel que existe!"


Foi quando terminei a relação de três anos, que tomei a importante decisão: Chega de amor! Ok, pensamento bizarro, mesmo porque nada mais era que uma mentira recalcada. Eu ainda a amava, talvez até mais do que antes. Foram inúmeras as tentativas de retorno, mas tudo foi em vão. O amor próprio havia tirado umas férias e pela demora do retorno devia estar no Japão, feliz, comendo comida em barquinhos, acompanhado pelo Ultraman e Hi Hi Puff Amy Yumi. O meu Maravilhoso Mundo Mágico havia fechado as suas portas, era o fim da temporada. O Seriado havia sido cancelado! FIM.

Fim? Nesse caso sim...

Prometi que não ia mais me apaixonar! Repetia esse mantra diariamente, com os cabelos para o alto, de frente ao espelho do banheiro! Era o que pedia quando assoprava as velinhas de aniversário ou quando pulava as sete ondas na noite de Ano Novo... Tá, mentira, nunca pedi nada ao soprar velhinhas, e jamais entraria no mar no Ano Novo, não com aquela quantidade berrante de oferendas... Enfim...

O fato é que fui contra todas as ideologias anti-cupido e acabei me apaixonando novamente! Não demorou muito e eu, "bregamente", já suspirava com temas romanticos. Tudo tão diferente e absurdo, sentia borboletas malucas fazendo o moonwalk em meu estômago... ISSO NÃO PODIA ACONTECER, mas aconteceu... Numa festa PLOC, ao som de Sérgio Mallandro, eyah eyah... Oh God!

Eu não queria! Não queria mesmo! @naoqueria! http://naoqueriamesmo.com.br!

Precisei de muita força e coragem para iniciar aquela nova, e deliciosa, fase. Era tudo tão diferente e desafiador, que me sentia um rebelde, punk, judeu, lutando contra Hittler (isso existe?) O amor ainda estava tímido, ou apenas fazia tipo, mas a paixão queimava de criar bolhas ardentes. Enquanto Diego Hag viajava em seus devaneios "Haguianos", ela me achava cada vez mais confuso...

Nesta confusão um novo, e intruso, protagonista entrou na história... O trio estava formado, e a música podia começar. Não podia não!

SERÍAMOS UMA BOY BAND?

Ahan Claudia, senta lá! Não estamos nos anos 90! As Spice Girls não apertam mais as nádegas do Príncipe Charles, os Hanson perderam a graça e Pepê e Nenem... Bem, elas voltaram...

Quando eu já pensava em fazer uma flopada carreira solo, resolvi metralhar o terceiro integrante, defender a permanencia da dupla e entrar para o TOP 10 da MTV! Ao som de "We Are the Champions", fiz um juramento a bandeira, borrifei perfume da Avon pela casa e saí gritando "ohaohaohsoah"... Essa última parte é exagero, mas seria interessante ter acontecido... Como tantas outras coisas poderiam continuar acontecendo...

CONTINUA...

sábado, 4 de julho de 2009

Um dia dinâmico!

Gostaria de saber a causa, o motivo, a razão ou as circunstâncias de certas coisas acontecerem na minha vida. Eu aguardava tão enlouquecido uma ligação, tanto que, quando algum número desconhecido surgia no display do meu celular, eu entrava em parafuso (detalhe, na maioria das vezes era, apenas, cobrança).

Enfim, eu recebi o telefonema, meu coração acelerou e eu tive medo que ele saísse pulando, doido, rua abaixo.

Fui para fazer uma prova de digitação. Estava confiante, tão confiante que chegava a estar chato. Ao chegar no local da prova, descobri que não faria prova alguma, mas sim uma... Dinâmica em grupo.
Quero ressaltar aqui a minha aversão a este tipo de atividade. Como fazer uma dinâmica quando se está nervoso. Se você é tímido fica ainda mais tímido, se você é descontraído corre o risco de parecer incoveniente. Se um dia eu descobrir o inventor da dinâmica em grupo...
Fiz tudo num só dia. Dinâmica, exames. Senti frio, coloquei o casaco. Senti calor, arranquei o casaco... Foi uma loucura...
Quando pensei que nada mais poderia acontecer, eis que perco meu "Inseparável Caderno de Anotações". O caderno onde escrevo "Alice no País do Pop", onde escrevo outros textos meus... Entrei em pânico, não queria mais saber de emprego, de frio e de... Telefone!
Estava eu em pé, aflito, sendo entalado num ônibus circular, meu pé não estava encostando no chão, alguém fedia bastante ao meu lado. Meu telefone resolveu tocar!
Olha só que conveniente, era a instrutora, falando do novo emprego. Onde eu deveria estar, a hora em que eu deveria estar.
Ela me pergunta: Anotou tudo?
Eu respondo: Estou entalado num ônibus lotado, não há condições de anotar, mas acho que decorei tudo... Você sabe se eu esqueci um caderno por aí?
Nunca obtive resposta, pois meu celular tinha acabado de descarregar completamente.

Twitter: A nova droga viciante da Internet fez mais um dependente: EU! Se quiserem saber o que ando fazendo em 140 caracteres é só ir lá na minha página. Podem me seguir se quiserem, mas saiba que estou louco pra passar um pouco do meu azar para as pessoas, então cuidado!
CONTINUA... (EU ACHO)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

EU NÃO MORRI!!!

Caros (e poucos) malucos que me seguem neste BLOG intregue às baratas assassinas da Noruega (!) Minha vida anda mais louca que os filmes de Tim Burton, mas tudo já está se acertando.



Tudo começou quando decidi que, enfim, terminaria de escrever o livro, tirar meu DRT (registro de ator) e completar todas as inúmeras pendências em minha vida. Bem, já fazia um tempo em que eu esperava ancioso uma ligação importante e eis que ela surge e minhas pendências acabaram voltando para o final obscuro da maldita fila.

Eu gosto muito do meu trabalho, e estava assustado com a possibilidade dele acabar. As conversas nos corredores daquela empresa só faziam meu cabelo ficar ainda mais arrepiado. Haveria um rompimento de contrato e isso não era legal.

Aquele tinha sido o meu primeiro emprego de carteira assinada, minha primeira intrevista de emprego e eu tinha sido aceito (mesmo tendo ficado um mês na fila de espera). Agora parecia que tudo ia acabar... Os boatos... O rompimento... Quem ficasse seria transferido para outro setor e aquilo não me interessava nem um pouco... A possibilidade, de continuar prestando o mesmo tipo de serviço, existia. Inclusive uns já passavam pelo processo seletivo... Eu continuava na mesma... Até que...

A oportunidade bateu em minha porta. Fui convocado para o processo seletivo!


FIM?

É claro que não! Não seria tão fácil. Não obtive resposta. As semanas se passavam. Tudo estava acabando. o cabelo arrepiava ainda mais. As olheiras surgiam, ou melhor, apenas ficavam mais evidentes. Mas eu continuava confiante!

As forças foram se acabando, o desespero crescendo. Decidi esquecer tudo, colocar minhas pendências em dia. Ia terminar meu livro, obter meu DRT, atualizar o blog e até criar uma página no twitter... Meu telefone tocou!

Tudo ia mudar drásticamente.

Dessa vez não é ficção, mas mesmo assim:



CONTINUA...

sábado, 27 de setembro de 2008

Nados Ornamentais Num Cofre Com Moedas de Ouro


Vou ficar MILIONÁRIO! Não, eu não joguei na loteria ou, muito menos, me transformei no herdeiro de fortuna infinita! Mas sei que vou ficar MILIONÁRIO e agradeço por isso. OBRIGADO!

Quando eu era criança me imaginava dando saltos ornamentais e nadando, como Tio Patinhas, num cofre lotado de ouro. Não é ganância, nem materialismo, apenas desejo de viver AINDA melhor! Não pensem que tenho uma vida infeliz, mesmo porque, ultimamente ando transbordando de felicidade, tanto que as pessoas que passam por mim nas ruas da vida devem pensar: “Por que ele é tão sorridente?” ou “Será que foi uma cirurgia plástica mal sucedida?”.
Por falar em plástica mal sucedida, meu tio, que é meu patrão (mais patrão do que tio) já fez algumas plásticas faciais, eu não vi nenhuma mudança positiva, mas acredito que a grande mudança deve ter sido em sua conta bancária, só não sei se foram mudanças positivas. Ele tem uma casa de show e é lá que eu “trabalho” (?), é lá, também, que a minha felicidade diminui em alguns níveis. Já pensei em sair de lá, mas até agora, Plunct Plact Zum, não fui a lugar nenhum! Tenho total certeza de que sou extremamente superior, e não é egocentrismo, para ficar atrás daquele balcão perguntando se é pra botar limão no copo de conhaque, mas por outro lado, algo me diz que:


O QUE É MEU ESTÁ PREPARADO E ME ESPERANDO.


Enquanto isso eu continuo aturando o Sr. Das Plásticas Mal Feitas. Não sei se ele vai me aturar quando eu for milionário e comprar o seu bar! Colocaria ele pra servir conhaque com limão para os bêbados nordestinos, mas fico mais feliz em transformar aquele espaço na minha ESCOLA DE TEATRO PARA JOVENS CARENTES. Por outro lado, ele pode querer se matricular. Será que ele leva jeito para as artes? Se bem que as plásticas podem ser um problema pra articular, mas sempre existe um papel de árvore para jovens inexperientes, ou pode fazer o monstro! Isso elevaria a sua humildade, afinal de contas, não dá pra começar por cima!

O melhor comentário vai ganhar um SELO.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

A Validade está ao lado do Rótulo!

Demorei um pouco pra atualizar, mas aqui estou eu novamente para contar sobre as minhas "desventuras em série". O incrível é que eu tenho bastante coisa pra contar, mas acho que o vírus mortal da PREGUIÇA acabou me contaminando, mas meus anticorpos travaram uma grande batalha e, portanto, retornei com mais besteiras que nunca!

Deixando toda essa baboseira de lado, vou ao que interessa (Se é que realmente interessa)!

Uma das coisas que mais me irritam são RÓTULOS! Quando eu digo RÓTULOS não estou falando do rótulo da maionese, muito menos do pacote de biscoito! Eu me refiro aos infames rótulos que seres-humanos, que nada mais têm a fazer, gostam de atribuir uns aos outros!

Se você usa dread no cabelo vai ser chamado de Hippie. Se é loira, gosta de grife, cor-de-rosa, cachorro em miniatura e falar ao celular num Shopping Center, você é uma Paty sebosa e fútil; Se você prefere usar bermuda florida, camisa listrada, bota de couro, óculos escuros, ombreira e um colar com a arcada dentária de sua tia-avó Sofia, você é... Você é um ridículo!

Não dá pra negar que o visual, para algumas pessoas, serve como uma identidade. Pessoas com personalidade própria vestem-se de acordo com a esta personalidade!

ESSE É O MEU CASO!

Eu tenho um estilo muito próprio! Gosto de roupa preta, gosto de usar All Star, gosto de cinto com Spike por essa razão ganho o rótulo de roqueiro. Bem, eu escuto rock, pra falar a verdade é o meu tipo de som! Mas não sou um produto pra ganhar rótulo!

Como se já não bastasse os rótulos das pessoas que não curtem (leia, amantes de funk, pagode, axé, que acham que rock é apenas uma gritaria sem importância ou satânica), ainda existem os rótulos no meio da galera que curte Rock (sim, porque se eu os mencionasse como "roqueiros" também estaria colando um rótulo na testa de cada um).

Os Rótulos:

Quando comecei a andar com a galera: Baby Metal!

Quando disse que curtia o som da Pitty eu virei: Modinha!

Quando descobri que o Green Day era uma banda fantástica e com letras idem: Punk de botique!

E quando cortei a franja, adivinhem: Emo!

Bem, a opinião dos outros dificilmente interfere na minha vida!

Outro dia eu procurava um dvd nas lojas americanas, quando notei que um grupinho falava de mim! Bem, como eu estava ouvindo música no último volume e, considerando que a música era mais interessante que os comentários do grupinho, continuei na busca. Porém, num certo momento eu não aguentei e tirei um dos phones do ouvido (isso me irrita um pouco, essa coisa de ouvir música só por um lado) e acabei escutando parte do comentário:

- Usa all star e acha que é roqueiro...

Mas a música estava tão boa que eu recoloquei o phone e preferi voltar a minha atenção para Janis Joplin, trepada numa moto com seus óculos redondos, roupa esquisita e cara de pirada, num cd daquela grande estante.

Não vou negar que depois eu pensei em voltar e detonar o "indivíduo" que me confrontava, mas hoje em dia eu vejo que tudo isso é uma tremenda bobagem. O irônico é que naquele momento eu estava ouvindo uma música das Spice Girls!

Você não é o que você veste! Você não é o que você escuta! Você é o que você é! O que a sua mente ordena que você seja!

Então eu posso andar de preto e ouvir música sertaneja (tá isso não acontece), posso usar roupa de cowboy e me acabar no Heavy Metal (que bizarro), que isso não vai mudar o que eu sou!

Eu sou meu próprio Rótulo!

"Só por que tem cara de maluco, acha é um Diego! Seu Poser!"

Deixando mais um rótulo pra terminar!