
Mesmo que
atrasado fiz questão de escolher minuciosamente o figurino antes de sair, já
que o dia prometia ser um saco de fezes, que pelo menos eu estivesse bonito
para enfrentá-lo. Com passos psicóticos segui pela rua... Mentalmente eu ouvia
tocar um rock clássico e envolvente, tão clássico e envolvente que nenhuma
banda tinha, até o momento, gravado devido o seu grau de envolvência.
Quando
cheguei à faculdade o cenário era de filme de terror. Ela estava vazia e eu
conseguia ouvir o eco de minha respiração, tá essa parte é mentira, mas era
assim que estava fantasiando. Parei de frescura e corri pra sala, minha prova
tinha começado há quinze minutos. Só quando estava acomodado e pensando em como
fazer uma redação argumentativa tendo tempo de menos e psicopatias de
mais é que caiu a ficha de que não tinha comido absolutamente nada durante
todo o dia!
Inesperadamente
escrevi trinta e cinco linhas das vinte que a professora havia pedido. Saí da sala apoteoticamente batendo a porta com tanta força que o estrondo mais pareceu um relâmpago... E
era! Um dilúvio coreografava Gangnam Style do lado de fora. Não demorou muito
para aquela água, repleta de toda sorte de doenças existentes, subisse. Eu estava ilhado
e com fome... Pela primeira vez (mentira, mas não quero falar sobre isso)
pensei em canibalismo.
Com muito
esforço saí da faculdade, traçando um plano para conseguir chegar em casa sem
molhar meu tão querido All Star de couro branco. Entrei numa rua ela estava cheia, virei para
outra e tinha correnteza. O desespero começou a tomar conta. Passei em frente
um Mc Donald’s e bateu uma vontade de afogar as mágoas com comida cancerígena,
mas eles estavam fechando.
Não
estranharia se, repentinamente Nana Gouvea aparecesse de biquíni e câmera digital,
talvez pudesse usar seu corpo como bote e assim chegar até minha casa, foi
quando eu o vi... Um hambúrguer gigante vinha em minha direção. Meu Deus, o que
estava acontecendo comigo? Era só um gordo de camisa laranja barata. Ele seguia
uma trilha, parecia ter um plano, eu fui atrás, pois se ele caísse num buraco
era só desviar a rota.
Aquilo tinha se
transformado num vídeo game louco, eu desviava de buracos, pulava poças, corria
de carros equipados com hidrobombas Blastoise. Proteger o tênis era a meta, ele
era o ídolo sagrado daquele “Survivor Zona Oeste”. Enfim tinha achado um lugar
seco e seguro pra passar. PISEI e meu pé afundou, parecia a piscina de amido do
Domingo Legal. Até minhas lágrimas choraram... Sorte no jogo pra que?
Cheguei em casa e teatralmente desmaiei no chão da cozinha, ao som de Amy Winehouse, mas sem nenhum álcool para salvar o dia. Como não tinha nada para me anestesiar, procurei algo que me fizesse esquecer desta QUINTA FEIRA 13....
E aí eu achei isso:
E DE HOJE EM DIANTE EU SOU UM PANDA E QUERO RESPEITO!
HAHAHAHAHAHAHa adoro esse video do Panda! Ele é a luz! E a sua cara mesmo!
ResponderExcluirassim como o seu dia, esse video salvou o meu, depoos de pegar chuva, um transito de 3 horas e voltar pra casa com um maluco no buzao! pelo visto esse dia 13 nao tava bom pra ninguem!
Gata, eu pisei com meu All Star branco em água de enchente, isso vai ficar mais marcado na minha do que se eu tatuasse Claudia Leitte na minha bunda.
ResponderExcluirFiquei devendo o comentário... Então, seu sofrimento é expresso através da genialidade por trás das palavras, o drama-comedy está envolvente e fiquei surpreso, positivamente, ao saber que ainda lhe resta lenha pra queimar ao escrever ;)
ResponderExcluirTadinho!! rss Lembro de vc me ligando
ResponderExcluirps: O que são 'passos psicóticos' !?
Muito bom! Falo do texto, não do incidente, é claro. rs
ResponderExcluirJá tinha passado por aqui antes, mas só agora estou parando para comentar. Vejo que houve uma mudança de foco nessa volta, ou estou enganada? De qualquer forma, adoro essa escrita dinâmica, cheia de intertextualidades e associações. Seu talento para nos divertir continua o mesmo! Beijos :)
HAUHAUHAUAHUAHUAHUAH
ResponderExcluirnunca tinha visto o video do Panda , rachei rachei.
As vezes um momento salva todo nosso dia de alguma coisa ruim.