domingo, 17 de agosto de 2008

Você precisa gritar!

"Diego, eu quero o personagem estressado!"
"Você tem que gritar!"

"Esse menino não fala não?"
"Ele deve ser demente!"

Eu já tinha repetido àquela cena inúmeras vezes, mas só conseguia deixá-la pior. Como EU, o autor da peça, não conseguia dar vida a um personagem que eu mesmo havia criado? Realmente eu não conseguia entender. É sempre assim, quando me sinto pressionado, eu travo completamente. Eu tinha que gritar, mas o grito não saía... O grito nunca saía pra mim, seja no teatro, seja na vida... Na verdade eu sou totalmente contra os gritos. Se existisse uma lei pra banir quem gritasse, eu assinaria!

Geralmente eu sinto stress, só que é um stress introspectivo, como quase tudo na minha vida. Não gosto muito de demonstrar minhas emoções, porque ninguém obrigado a ouvir as lamentações de um maluco!

No colégio eu sempre era "o que fugia das brigas". Ah, mas eu fugia mesmo, eu ralava peito! Bem, eu acho que as palavras são mais duras que a violência, por isso prefiro não brigar, mas também não sou muito bom com as palavras! Sendo assim, o melhor que posso fazer é viver em paz com todo mundo!
Mas eu ainda preciso gritar!
Na minha casa as pessoas gritam bastante. Meu pai então, é o rei do grito. Minha irmã fica em segundo. Eles são bem parecidos, por isso brigam bastante um com o outro, apesar de jamais admitirem isso!
Se minha irmã puxou o meu pai, eu puxei a minha mãe. Ela era mais calma antigamente, hoje em dia sinto que o vírus do grito está contaminando a coitada. Então talvez daqui uns anos eu consiga gritar como a minha mãe, será que até lá a peça ainda estará em cartaz?

Eu não me acho tão parecido com as pessoas da minha casa, principalmente porque não fui criado na mesma bolha que eles. Então vivemos em mundos diferentes, e acredito que será assim pra sempre.

Meus avós me criaram desde que nasci. E quando decidiram mudar-se para o Paraná, eu fui junto. E lá fiquei por 10 anos!

Acredito que tenha ficado mais introspectivo quando perdi meu avô... Foi nessa época que os amigos, ou melhor, os colegas, começaram a se afastar... Eu digo colegas, por que os amigos são amigos até hoje, o resto é RESTO!

A vida realmente mudou de cabeça pra baixo quando cheguei ao Rio de Janeiro! Tudo mudou drasticamente! Eu estava perdido, todo o sentimento da perda da minha avó, estava trancado no meu peito e o maldito grito não saía. Toda história que eu tinha construído, principalmente com o teatro, havia sido tirada de mim...

Mas eu ia recomeçar... E eu recomecei...

...E lá estava eu, com o grupo do teatro, ensaiando o stress do meu personagem... Quantas vezes terei que repetir aquilo? Não sei!

Talvez quando GRITO da vida real finalmente existir...

4 comentários:

  1. Gritar é mais complexo do que aparenta, principalmente se for pra liberar todos os nossos sentimentos. Não acho que banir gritos seja uma coisa muito coerênte, mesmo porque depois que a gente consegue, libera todo o peso que estava sobre nossos ombros.

    []'s

    http://musica-holic.blogspot.com/

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  2. A cara, também não sou de gritar, nem siquer lembro da ultima vez que o fiz! :*

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  3. ôooo maluco!!! vc ainda precisa gritar, porque gritar é bom e acalma... Essa é a função do artísta.. o Diego não grita, mas o Eduardo é chiliquento!!!

    Agora vc pode botar os créditos nas falinhas lá do início do post hem!! rsrs

    GRITEEEEEEEEEEEEEEE! Gritar é rock'n roll! hehehe Se estressar que não é de boa...

    Beijuuuuuuuuuuuuuuuuus!!!!

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  4. Gritar é bom para a sause, faz parte da nossa vida. É prativamente uma terapia^^
    ps: muito bom o blog, já dei uma lida em algumas postagens e gostei

    Abraço
    http://vcprecisaver.blogspot.com

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